Uma metodologia possível para se usar na escola é o RPG. Segue abaixo o resumo publicado em no 2º Simpósio Fluminense de Jogos e Educação - Representação, Papéis e Jogos, sobre uma abordagem deste recurso para o ensino de Matemática.
Diversos pesquisadores sugerem que Matemática é uma disciplina que causa medo em muitos alunos, este temor por vezes passa de geração em geração. O pesquisador Romulo Lins pondera sobre este tema, criando uma analogia da matemática como um monstro que está sempre à espreita. Por essa razão é comum professores e pesquisadores refletirem sobre novos caminhos para o ensino desta disciplina, na tentativa de diminuir ou mesmo domesticar esse monstro.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), lançaram no final da década de 1990, diversas diretrizes metodológicas para o ensino de Matemática, uma delas foi o uso de jogos na sala de aula, apresentando a necessidade de engajar os jogos no processo de ensino-aprendizagem, em uma tentativa de buscar um maior desenvolvimento, relacionando diversas áreas do conhecimento, e tornando o discente sujeito do seu processo de apropriação do conhecimento. Nessa linha de pensamento é possível supor que os PCN almejam transformar as atividades da sala de aula em desafios genuínos para a turma, fazendo os alunos confrontarem diversos problemas de forma lúdica.
Desta forma, nosso objetivo é apresentar o RPG, um jogo narrativo de interpretação de papeis, que está sendo utilizado com um grupo de alunos do segundo ciclo do Ensino Fundamental II e Médio, no intuito de desenvolver determinadas potencialidades tais como sugere a pesquisadora Regina Grando: tomada de decisões, sociabilidade e respeito ao próximo. A metodologia de trabalho segue na mesma linha do jogo de RPG, o mestre (professor) conduz uma história colocando situações problemas para que jogadores (alunos), como um grupo resolvam os quebra-cabeças; que podem ser as mais variadas possíveis: um quebra cabeça tridimensional para montar, resolver um lado do cubo mágico, identificar padrões em diversas figuras ou conciliar um conflito interpretativo.
O importante é o desenvolvimento da criatividade na busca de soluções ativas, em outras palavras, é desejado que se crie um ambiente de possibilidade para trabalhar temas tanto internos quanto externos à Matemática. Ao longo do ano de 2019, este grupo de jogadores que começou com 6 alunos, conta no terceiro trimestre com um grupo de 13 alunos, 7º ano do EF2 até o 3º do EM. Alunos tímidos e pouco sociáveis conseguiram criar laços afetivos, chegando por vezes a se posicionar nas diversas situações de jogo. Parece correto afirmar que o RPG é um potencializador de situações problemas e uma oportunidade de aprendizagem e sociabilidade.
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