Quais foram os primeiros jogos modernos que vocês jogaram?
Definitivamente, para responder essa pergunta, não tenho como fugir do MAGIC ou do RPG, foram meus primeiros. Dois pontos vêm à tona: primeiro, se o MAGIC e o RPG podem ser considerados jogos modernos - mas isso não será tratado neste texto. O segundo ponto é limitar o escopo dos jogos e refletir: quais jogos que vieram depois do CATAN você jogou? E o CATAN, você já jogou?
Tentando responder a pergunta acima, um dos primeiros jogos que tive contato foi ARCANA. Um cardgame que tem como objetivo marcar pontos, que são adquiridos por cada território conquistado, pessoas influenciadas e artefatos obtidos ao longo do jogo. Com uma mecânica de controle de área, este jogo é um bom exemplo de jogo de entrada.
Mas o que são jogos de entrada?
São ótimos jogos que para um público casual, sem tanta experiência com os jogos de maneira geral. Eles costumam ter regras mais intuitivas e sem tantas variações. Como quase tudo na vida, os jogos também podem ser classificados de diversas maneiras. Uma classificação possível se refere a algumas de suas características: gateways, eurogames e wargames, que explicamos melhor nesse texto.
Abaixo falaremos um pouco mais sobre os meus jogos de entrada.
1) Love Letter
O primeiro exemplo é um jogo de 5 minutos e 16 cartas. É nisso que se resume o cardgame, Love Letter. A história do jogo em si é também bem simples: você deseja cortejar, por meio de uma carta, a princesa que está em boa parte do tempo trancada em seu quarto. Numerando as posições do palácio em grau de proximidade com a princesa, as cartas dos jogadores são a representação de com quem está a carta de amor.
Um jogo leve e rápido, que pode ser jogado em qualquer local: esperando o metrô, entre uma estação e outra do trem, aguardando a comida no restaurante. Todo e qualquer espaço de tempo sem algo efetivo para fazer era um bom momento para um: “E aí, partiu jogar Love Letter?”
2) Dixit
Outra característica que pode ser destacada nos jogos de abertura é a facilidade de suas regras, que na maioria das vezes são intuitivas. Um bom exemplo é o cardgame Dixit. Com cartas com belas imagens surrealistas, e uma premissa do jogo é trabalhada em um contexto de subjetividade, em que os jogadores precisam ter a sintonia desejada para acertar o par imagem-frase dita.
3) Ticket to Ride
Um jogo sobre conectar cidades construindo linhas de trens. É disso que se trata o Ticket to Ride, que tem diversas adaptações, ou versões, do jogo inicial: Estados Unidos, Europa, Nova York ou Londres. Além de suas regras de fácil entendimento, existem poucos componentes para um jogo do tamanho do Ticket. Este jogo de tabuleiro possui dois tipos de cartas: um que simboliza o dinheiro para construir as linhas ferroviárias e as cartas de objetivo (tipo WAR, me desculpe pela piada interna), que são uma das formas de se pontuar no jogo, Além dos trens das cores representativas de cada jogador.
4) Stone Age
O Stone Age já apresenta a que veio logo ao abrir a caixa, já que seu tabuleiro chama a atenção pelo desenho. É realmente muito bonito, com muitos cuidados quanto à diagramação e separação do que cada local faz, tendo cada espaço o cuidado para se autoexplicar, seja pela simbologia ou por questões de corte das peças. Como característica de um jogo de entrada, é possível afirmar que eles possuem a arte alinhada com seu design, os elementos são fáceis de serem entendidos, depois de explicado o que cada localização faz.
Para encerrar, é interessante recordar as principais características dos jogos de entrada (ou gateways): arte alinhada ao design, poucos componentes, regras de fácil compreensão e intuitivas, jogos mais rápidos e com grande poder de repetição. E com potencial de jogar com a família e amigos de maneira mais casual.
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